Na mulher não grávida a infecção urinária ocorre quando um microrganismo infecta o trato urinário. Este é um dos problemas mais frequentes no consultório ginecológico. De repente aquela sensação desagradável ao urinar, ardor e dor, às vezes a dor é tão intensa e o mal estar na micção é tão grande que a mulher queixa-se de tremor e sensação de febre durante o ato da micção.
O ato de urinar é tão natural que você nem lembra que existe um órgão responsável por isto. É isso mesmo… Todas as funções orgânicas quando estão equilibradas e harmônicas passam despercebidas, você não ouve as batidas do seu coração, não sente quando o alimento suavemente desliza do estômago para os intestinos, a urina é eliminada de forma espontânea e prazerosa, sim por que as funções fisiológicas quando são atendidas prontamente desencadeiam no nosso cérebro a liberação de substâncias ligadas ao prazer. Quem não sente alívio ao saciar a fome que incomoda? E ao esvaziar a bexiga que estava repleta? Alívio e prazer.
Em geral a infecção vem acompanhada dos sintomas já referidos. Acrescente-se o desejo constante de ir ao banheiro que se chama polaciúria e quando ele é premente, precisa-se ir rápido senão a urina poderá sair sem controle chama-se urgência miccional, mas na mulher idosa pode ocorrer infecção sem essas queixas, é a infecção assintomática. Geralmente se deve ao relaxamento pélvico, anormalidades do trato urinário ou quando é necessário o uso do cateter para retirar urina ( uso frequente).
Como as mulheres tem uretra mais curta, elas são mais susceptíveis à infecção. Há também uma associação entre a infecção urinária e a atividade sexual: frequência do intercurso e microtraumatismo da mucosa vaginal com ascendência das bactérias da uretra para a bexiga, alteração do epitélio com diminuição das defesas bem como com a idade ocorre atrofia do epitélio devido à diminuição dos hormônios sexuais.
O desenvolvimento da infecção urinária é causado pelo desequilíbrio entre as forças do hospedeiro (suas defesas) e a virulência e capacidade de adesão ao uroepitélio pelos uropatógenos, que tem na bactéria Escherichia coli o seu maior agente causal.
Aquela pessoa que tem mais de três infecções do trato urinário por ano, tem infecção urinária recorrente. Os fatores de risco mais importantes neste tipo de infecção são: intercurso sexual frequente, o uso de espermicida com ou sem uso de diafragma, história materna de infecção urinária, e início de infecção urinária antes dos 15 anos de idade.
Além do arsenal terapêutico para o tratamento da infecção urinária é importante lembrar a ingesta de líquidos. Beber dois litros de água por dia ou mais, especialmente em um local quente como o nosso onde a transpiração é excessiva. Há pessoas que se esquecem deste importante componente do nosso corpo a água, aliás, é importante lembra-se de que para evitar infecção é necessário ingerir líquidos e não esquecer de urinar, parece até um contrassenso mas há pessoas que se privam de ir ao banheiro por vários fatores: trabalho, não estão com vontade, não ingerem líquidos consequentemente não tem a necessidade de ir ao banheiro, idosos para evitar a incontinência urinária não bebem ou bebem pouca água, em viagens, pela dificuldade de encontrar um banheiro adequado, associam pouca ingestão de líquidos e privação da micção. Todos esses fatores, acrescidos do rompimento das barreiras fisiológicas, podem propiciar uma pequena colônia (de até 10.000 bactérias), ou uma contaminação do próprio organismo, podem levar a uma infecção simples ou estender-se a uma gravidade considerável.

Fonte: Infecção urinária na mulher não grávida. Barros, E et all in: Ginecologia No Consultório. Artmed . 2008.

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