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Nos idos anos noventa, precisamente por 1992 esteve entre nós um confrade espírita da cidade de Mirassol, São Paulo. Comentara então na época, de forma grave e contrita que o Chico por sua vez já falara que a espiritualidade amiga alertara para que nos preparássemos para o final dos anos noventa, após noventa e seis mais precisamente entraríamos em um ciclo maior de dor, próprio da evolução dos habitantes do planeta em processo de resgate e expiação.
Hoje Janeiro de 2012 acompanhamos ao nosso lado e em toda parte um desenrolar de fatos que são verdadeiros calvários para a população. Todos os dias, a mídia nos apresenta, nos deparamos, ouve-se e ver-se tantos desastres e tantas dores que nos perguntamos: Será que viveremos dias piores? Será que a tendência é piorar?
Lendo as poéticas páginas de Amélia Rodrigues- A Mensagem do Amor Imortal, através da mediunidade de Divaldo Franco, precisamente no capítulo 12- Via Láctea de Amor encontramos uma resposta acerca do sofrimento e dor da humanidade: “O sofrimento, sempre esteve na economia das vidas humanas, é mensagem aflitiva, especialmente proposto a quem lhe desconhece a finalidade santificante. Nem todos, porém, o entendem ou conseguem retirar o lado bom da ocorrência dolorosa, descambando, pela rebeldia ou pela alucinação, não poucas vezes, para situações vexatórias, angustiantes, que mais lhes complicam a existência”.
Jesus quando entre nós, na antiga Galiléia após as curas, “pedia aos pacientes que não voltassem a se comprometerem, evitando-se situações mais graves, por saber que os sofrimentos procedem do Espírito rebelde e recalcitrante, no entanto, logo passavam aqueles instantes formosos e os pacientes mergulhavam nos velhos hábitos que os infelicitavam anteriormente”.
Também nós outros, todos, ouvimos a chamada para o resgate, às vezes extremamente doloroso, choramos, nos lamentamos, prometemos mudanças, suplicamos e imploramos misericórdia ao Divino Pai, mas tão logo passe a tempestade caímos muitas vezes nas mesmas armadilhas que nós mesmos armamos para nós, e voltamos aos velhos hábitos, a mesma descrença, a mesma insanidade. Por quê? Falta-nos o elemento Amor, o desapego, a liberdade da humildade e a mansidão dos pacíficos.
Quanto tempo teremos, ainda, que aturar nossos atávicos desejos do imediato, da posse, do egoísmo e a sandice do orgulho.
Quanto tempo conviveremos, ainda, com as lágrimas do calvário, arrastando pesadas algemas da nossa culpa máxima com o desprezo ao próximo.
Será preciso descer à condição mais inferior do egoísmo bruto? De vermos a miséria escancarada na aflição do olhar do outro sem comover um músculo, ou seremos salvos pela piedade do amor que se compraz da nossa pobre condição humana que só consegue mudar de status quo quando a um fio do abismo ver a sua última chance chegar antes da perdição?
Mas, acreditamos no ser humano, que é capaz de atos sublimes, de solidariedade, de superação. Somos uma espécie vitoriosa, mas se não acreditarmos na nossa meta evolucionária angelical não levantaremos o nariz da lama estacionária. Aprender com as lições difíceis nós faz acreditarmos uns nos outros, nos faz pensar: vejo Você, aprendo com Você! No íntimo de cada ser há um diamante reluzente, que um dia ressurgirá da ganga, na transformação dos átomos do carvão e perpetuar-se-á no Amor do Bem.