Escuta o som do meu sussurro…
Nem desconfias do descompasso.
Prevejo trovoadas no encalço,
Mas volto meu rosto de chofre,
E descolo teu estado endurecido,
De puro aço.
Como é difícil descrever,
A imaginação pueril que me domina.
Antecipa e retrocede sem dificuldades.
O tempo é brincadeira,
Nas mãos do artífice da pena,
Que tamborila a música da alma.
Letras vivas que decolam e aterrissam,
No regaço dócil do infante capenga,
No cesto mágico do palhaço de festa,
Que transforma o grito rouco,
Em cântico do coração,
Transbordante de alegria.
Pudera eu te iniciar,
No ofício deste entendimento,
Na simplicidade do crer,
Mas qual! O desalinho que te seduz,
É o mago cruel,
Vomitador de bravatas e trololós sem nexo.
Todas as tuas horas,
São retas e pontiagudas.
Sinto pena do teu viver,
Insosso e cinzento.
Perdeste o caminho infantil,
Esquecestes as fantasias e as poesias.
Tua vida ficou deserta, árida e distante.
Vem, retorna ao colorido do faz de conta,
Da dança na chuva,
Das casinhas e aquarelas do arco-íris,
E volta a sorrir de prazer,
E mesmo, de nada ter que fazer.
Kátia, em 10/10/12