Último capítulo de a Gênese, Kardec discorre sobre o futuro e no item 28, naquela época ele dizia: “A época atual é de transição; os elementos das duas gerações confundem-se”.
Sempre gostei de ficção científica, sempre me fascinou a visão do futuro, de um mundo melhor. Desde os desenhos dos Jetsons, 2001 uma odisseia no espaço, Matrix, toda a literatura em quadrinhos futurísticos, livros visionários em especial Artur Clark – meu preferido, livros científicos – Michio Kaku, por exemplo: Visões do Futuro. O avanço atual da ciência médica com os exoesqueletos, o aprimoramento do corpo humano – fabricação de órgão e pele, a possibilidade de resgatar a estima que quem perdeu com situações mutiladoras e voltar a ter uma vida digna e normal, é fantástico.
Última sexta feira, enquanto preparava o café da manhã acompanhava o noticiário, de repente uma manchete me fez parar, estarrecida, e, com triste surpresa vi cenas de arrepiar, meninas em atitudes de franca agressividade e ódio, levando até a um desfecho fatal o “bullying” ( “atos de violência e agressividade física, verbais e psicológica intencional e repetitivo”) nos colégios.
Voltamos a Kardec em seu texto sobre A Nova Geração (A Gênese), ele assim prossegue “… As duas gerações que se sucedem tem ideias inteiramente oposta. Pela natureza das disposições intuitivas e inata, é fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.
A nova geração, devendo fundar a era progresso moral, distingue-se por uma inteligência e uma razão geralmente precoce, aliadas ao sentimento inato do bem e às crenças espiritualistas, dando indubitável sinal de certo grau de adiantamento anterior.
Não se comporá exclusivamente de espíritos eminentemente superiores, mas daqueles que, tendo já progredido, estão preparados para se apropriarem de todas as ideias progressistas e aptos para secundarem o movimento regenerador. Assim trata-se antes de uma nova geração de Espíritos do que de uma nova geração corporal.
Os Espíritos atrasados, distinguem-se primeiramente pela revolta contra Deus, pela recusa em reconhecer um poder superior à humanidade, a tendência instintiva para as paixões degradantes,, para os sentimentos anti-fraternais, do egoísmo, do orgulho, da inveja e do ciúme; e, enfim, o apego a tudo que é material: a sensualidade, a cobiça, a avareza.”
Falamos em um mundo de regeneração que se avizinha, desde o ano 2000, mas o joio ainda é muito, muito maior que o trigo e cabe a cada um de nós a tarefa de semeador, regador, trabalhador braçal na gleba ainda inóspita e cheia de ervas daninhas; com pedras pontiagudas, cascalhos difíceis de limpar na seara de nossos corações.
Nossos jovens são o espelho da sociedade que alimentamos e criamos, não são diferentes de nós. Fomos nós quem exemplificou, exemplifica e está educando para o futuro, nos estarrecemos com os comportamentos agressivos deles? Apavoramo-nos? Sofremos, mas muitas vezes só comentamos, criticamos e deixamos passar. Todos estes tristes fatos e comportamentos não estão longe de nós, podem estar logo ali na esquina, em nossas casas, no próximo encontro, o que nos compromete profundamente! Se não podemos intervir diretamente em cada situação, existe algo que pode fazer para levedar a massa. Esta diferença, este algo é termos uma atitude pacífica de paz, pensar na paz, mentalizar a paz e serenidade para estas pessoas aflitas e para nós mesmos. Quando muitas mentes sinalizam uma energia mental de serenidade e paz todo o ambiente modifica-se. Era isto que JESUS, Gandhi e outros arautos do mundo de regeneração queriam nos ensinar quando falavam de atitude de não- violência. Quando Ele dizia… “ Eu vos dou a minha paz”.
Pense nisto da próxima vez que assistir ao vivo ou na mídia, uma cena de violência; medite na paz e deixe que a energia da paz flua e transforme o ambiente.