A dicotomia na Medicina entre os que tratam do corpo e os que tratam da mente até os dias atuais ainda se sustenta. Desde a Grécia antiga os sábios de então, dentre eles Platão, já criticavam esta separação, ardorosamente: “ Se a cabeça e o corpo devem andar bem, deveis começar por curar a alma; esta é a primeira coisa… O grande erro de nossa época no tratamento do corpo humano (é) que os médicos separam a alma do corpo” ( Diálogos). O texto parece atual, não?

Segundo Jeanne P. Ringde, em Curas Paranormais, livro organizado por George Meek no Capítulo 1 ( Perspectiva – uma visão geral da cura paranormal) nas páginas 10 e 11 lê-se: “Jesus de Nazaré encarregou-se de sanar esta grande dicotomia e de acrescentar novas dimensões à cura”, segundo ela, a preocupação de Jesus pela saúde física total, mental e espiritual das pessoas representou um ponto de partida revolucionário.

Jesus realizou 26 curas individuais e 27 curas em grupos, curas, estas estão registradas nos Evangelhos; “Ele canalizou o amor como energia curativa que emana da Fonte de todos os seres, descrita por Ele como o Pai Amoroso” ( idem).

Quando analisamos cada uma destas curas: a mulher hemorroísa, a cura do leproso, o paralítico de Cafarnaum, a cura dos dois cegos, a cura da mulher de Pedro, a cura do menino epiléptico, o endemoninhado geraseno e outros, conclui-se que tanto na época de Jesus como no século XXI, apesar com toda tecnologia médica que dispomos, não mudamos muito no que concernem as necessidades psicológicas e morais.

Tantos séculos se passaram e tanto hoje como  naquela época só procuramos o Divino, só lembramos Dele, só o buscamos desesperadamente quando nossos corpos já estão enfermos, quando perdemos as esperanças, quando todos os recursos disponíveis  foram usados, quando apenas uma  porta estreita e difícil constitui-se  a única saída. Neste ponto resta apenas  o  insondável, solene e imponderável, mas… Ele nos consola com o cântico: “ Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo aprendei comigo que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Mt XI, 28 a 30.

As curas se dividem para efeito didático em curas do corpo físico e curas espirituais, embora saibamos que as curas verdadeiras são as espirituais e que mesmo quando Ele tratava o corpo físico, recomendava não incorrer mais em erros, visando o tratamento da mente e do espirito.

A mulher hemorroísa.

…”Certa multidão o comprimia, relata Lucas ( 8:43) a ponto de o sufocar, ora havia uma mulher que sofria de fluxo sanguíneo havia doze anos, e , que havia gasto com os médicos toda a sua fortuna e não pudera ser curada por nenhum.

Quando lemos esta passagem, a imagem que nos vem à mente é de uma mulher no menacme, período reprodutivo, ou mesmo na perimenopausa (anos próximos à menopausa). Devia ser uma mulher de posses, pois que já gastara uma fortuna em tratamentos. Talvez estivesse na faixa de trinta a quarenta anos. Embora nos textos Bíblicos se fale de Sara que já branqueara as madeixas e cujos tempos já haviam cessado quando o Senhor concedeu a graça de rejuvenescer, voltar a ciclar os ovários engravidando, dando um filho a Abraão em sua velhice. Naquela época, a média de vida deveria ser então 35 a 40 anos, já que no início do século XX essa era a expectativa  de vida das mulheres e por volta 1910 a Medicina Moderna já tinha muito, muito mais recursos que na antiga Galileia.

Deveria ser uma hemorragia disfuncional, poderia ser sangramento por pólipos, miomas, patologias benignas próprias  este período de vida da mulher. Com certeza não era câncer, pois são 12 anos de fluxo sem tratamento adequado e dependendo do tipo de neoplasia maligna o desfecho fatal já teria acontecido.

Ela estava fraca, anêmica, esgotada. Ouve  falar do Mestre, dos Seus feitos, um alento de esperança  renovou-se lhe as forças. Quem sabe se tocasse Nele se curaria também.

Hoje a Ciência já comprovou o efeito placebo que movido pela crença pessoal de cada individuo abre verdadeiras avenidas de possibilidades curativas.

…Eram tantas pessoas que o seguiam, que o tocavam, as pessoas se empurravam, todos queriam tocá-lo. Sempre o imaginário popular teve verdadeiro fascínio em tocar as celebridades, ficar perto, beber na mesma fonte dos belos e sábios –  Imagine tocar Jesus, a beleza espiritual que Ele irradiava a psicosfera magnética envolvente e eletrizante, a doce presença que inspirava paz e serenidade. Todos o tocavam. Ela tentava chegar perto, mas não conseguia. A multidão a afastava, a impedia de aproximar-se.

Mas, num átimo… ela consegue aproximar-se, em verdadeiro estado de veneração, toca-lhe discretamente os fios da orla da capa, naquele instante parece que o tempo parara, algo lhe passou rápido pelo corpo e o sangue quente que jorrava em suas vestes, estanca.

Imediatamente o Mestre volta-se, para o passo e pergunta: “Quem me tocou”? “ Mestre! ”, espanta-se o discípulo , “ Todos te tocam”. Jesus insiste: “Alguém Me tocou, pois senti uma força sair de mim”.

Havia ocorrido algo inusitado, um  fluido que trocou a nível molecular a rotação dos spins dos elétrons, substituindo moléculas malsãs, por moléculas saudáveis, como explicaria muito tempo depois um Espírito a Kardec, a propósito dos mecanismos de Cura Magnética (Revista Espírita, março de 1968).

“ Vendo-se descoberta, a mulher aproxima-se, a tremer, como quem retirara algo proibido e caindo-Lhe aos pés, conta diante de toda a multidão o motivo de Lhe ter tocado”.  Jesus diz: “Minha filha, a tua fé te curou, vai em paz.”

Aquelas palavras de alívio, ela não havia roubado nada. Havia zelo, doçura, paciência e uma sonoridade melodiosa naquelas palavras. O bom pastor, o bom Médicos das almas falava especialmente ao deus interior daquela mulher, conduzia e mantinha o efeito da cura, assegurava o poder da energia sutil que move montanhas, que estanca represas danificadas e apascentava aquela ovelha aflita e doente. Dá-lhe poder de aceitar a própria cura.

Esta era a energia poderosa que Ela canalizava do Pai Amoroso em favor dos deserdados, dos pobres, dos doentes do corpo e da alma. Essa era a Medicina do Amor, que transformava o íntimo antes de curar o corpo.

Hoje sofrendo dos mesmos males da alma, cabe a cada um de nós preservarmos nossos corpos de enfermidades que nós mesmos  infligirmos, para isso Ele deixa uma carta.  Esta carta que  contem as bem aventuranças, verdadeira rota de preservar a saúde, mas é preciso ter olhos para ver, ouvidos para ouvir, sentidos para sentir.

Bem Aventurados:

Os Pobres …

Os Aflitos…

Os Mansos …

Os Pacíficos….

Os que tem fome e sede de Justiça…

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