Em 15 de outubro de 2012 a pílula anticoncepcional completará 61 ( sessenta e um anos). Nesta data o químico Luis Miramonte terminava segundo Carl Djerassi, “o último passo de uma longa sequência de reações químicas.” A noretindrona( 17-alfa- ethinyl-19-nortestosterona) tornou-se um anticoncepcional oral eficaz, é usado até hoje por milhões de mulheres, nesta data acabara de ser descoberto. Porém apenas em 11 de maio de 1960 o FDA( administração de drogas e comidas dos Estados Unidos) permitiu o uso para a finalidade contraceptiva. Esse atraso deve-se ao fato de que para uma droga ser usada em pessoas saudáveis ela precisa passar por testes de segurança e eficácia. São testadas as atividades biológicas bem como a nocividade, ( saber se é tóxico ou não).
Segundo os estudiosos, poucos descobrimentos químicos tiveram um impacto tão grande na sociedade como os anticoncepcionais esteroides – a pílula.
Hoje tão comum, que qualquer pessoa pode comprar ou receber gratuitamente a pílula, sem cogitar de todo esse processo da química, da indústria farmacêutica e dos cuidados que o tratamento implica. O impacto que a pílula provocou e revolucionou mudou definitivamente a vida de gerações de mulheres.
Após a pílula a mulher galgou mais rápido os patamares de liberdade, estabelecimento de seu lugar no mercado de trabalho, o planejamento da maternidade, a capacidade de tomar decisões, dona de seu próprio controle e a prevenção do famigerado abortamento que tantas vidas ceifou no passado ( mães e inocentes conceptos).
Inicialmente a pílula era com altas doses e com riscos igualmente altos de complicações, especialmente tromboembólicas ( tromboses e embolias), hoje doses cada vez mais baixas, aprimoradas para manter suas elevadas eficácias e oferecer à mulher praticidade, segurança sem interferir nas funções orgânicas.
Há hoje um leque de opções que o profissional pode adequar individualmente o tratamento às características clínicas de cada mulher, vias de administração, doses, fase da idade reprodutiva. Apesar de outras vias de administração apresentar vantagens inquestionáveis, os anticoncepcionais orais (AHO) continuam na vanguarda de vantagens, pois aliam alta eficácia a pronta reversibilidade.
Além da prevenção da contracepção, postergando a gravidez para o momento oportuno, atuam também nas entidades mórbidas pré-existentes como a endometriose e a tensão pré-menstrual (TPM)e na proteção contra o câncer de ovário e endométrio, para falar dos seus principais benefícios. Não obstante todas essas vantagens o uso destes fármacos reveste-se de cuidados antes da sua prescrição e no seguimento do tratamento, não é tão simples como parece. Apesar do grande benefício para a promoção de saúde da mulher não pode ser indicado por amigas, nem orientado por leigos, é necessário avaliação da sua saúde e orientação adequada.

Fontes: A Pílula Anticoncepcional, 40 anos de impacto social- SCHERING
Guia Prático em Ginecologia- Machado Cruz, Nahás Neto, Nahás

Um comentário sobre “A Pílula Sexagenária.”

  • DR. Katia fiquei triste por você não atender mais pelo SUS no Lineu Araújo
    mesmo assim continuo lhe adimirando por tudo bem que me fez pelas as vezes que me atendeu mesmo fora de data.
    obrigada!
    ir fatima

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